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Como calcular seu salário

por Denise Saito
Última atualização
12 de Maio de 2022

Faz uns anos que eu anoto absolutamente todos meus gastos. Eu já odiei fazer contas, olhar fatura do cartão e tudo que envolve números, mas hoje amo e não volto mais atrás. O que mudou é que entendi a importância de organizar minhas finanças. É uma longa história mas pode se resumir em três coisas: reserva de emergência, salário fixo e separação PF/PJ.

Me pagar um salário fixo mudou minha vida como freelancer, e é sobre isso que falaremos hoje. Existem algumas formas de chegar nesse valor: à base do chutômetro ou por contas. Eu, obviamente, sou do segundo time.

O mais importante é saber seu custo de vida, ou seja, quanto você precisa pra viver um mês. Vem cá que te mostro.

Me mostra tudo!

Vamos usar euzinha, Denise, como exemplo. Os números que vou mostrar aqui são reais e referentes ao ano de 2020 pré-pandemia. Para parâmetros de custo de vida, considere que eu moro sozinha numa casa de dois dormitórios, em São Paulo, num baixo central.

O primeiro passo é separar seus gastos em categorias e chegar numa média de gastos pra cada uma. Pra isso, sim, você vai ter que fazer contas. Minha tabela fica mais ou menos assim:

  • Habitação
  • Investimentos
  • Alimentação
  • Saúde
  • Transporte
  • Pessoal
  • Pet
  • Educação
  • Lazer
  • Outro
  • TOTAL
  • R$3.200,00
  • R$2.000,00
  • R$1.000,00
  • R$1.000,00
  • R$400,00
  • R$300,00
  • R$300,00
  • R$300,00
  • R$250,00
  • R$250,00
  • R$9.000,00

Os que as categorias incluem:

→ Habitação: Aluguel, IPTU, alarme de segurança, seguro residencial, conta de luz, conta de água, gás, internet, Netflix e Spotify.
→ Investimentos: Hoje, 100% dessa grana vai pra minha reserva de emergência, que é minha prioridade no momento. Eu acabei usando bastante dela na pandemia então ainda tô longe de completá-la. Mas o que importa é que ela tá lá crescendo de pouquinho em pouquinho.
→ Alimentação: Supermercado, feira e delivery de restaurante, ou seja, tudo que consumo dentro da minha casa. Saída pra restaurante com amigos ou bar entram na linha de Lazer.
→ Saúde: Terapia, acupuntura, atividades físicas e algum medicamento. Plano de saúde é a empresa quem paga e entra nos gastos PJ.
→ Transporte: Metrô, ônibus, Uber.
→ Pessoal:  É uma mistureba de coisas – conta de celular, farmácia, cabeleireiro, roupas e seguro do celular.
→ Pet: Ração, areia higiênica, remédios, brinquedos e veterinário pros meus dois gatos.
→ Educação: Livros e cursos.
→ Lazer: Almoço, jantar ou cafés na rua, bar, festas, museu, cinema.
→ Outros: Tarifas bancárias, presentes e todas aquelas coisas que você não sabe em qual categoria encaixar.

Fazendo essa separação por categoria, chego à conclusão que minha vida tem um custo mensal de R$9.000. Sem reserva de emergência ficaria em R$6.700. E esse é meu salário. Eu consigo viver com menos se precisar, mas esse é um valor pra passar o mês confortável.

Faça ajustes se necessário

Antes meu salário era de R$8.000. Defini esse valor e fui testando pra ver se era mesmo suficiente. Alguns meses (ou muitos meses), eu acabei gastando mais. Com isso, percebi que esse valor não era suficiente pra pagar todas minhas contas. O que fiz? Parei, refiz as contas e estipulei um novo valor.

Em outro cenário, você pode planejar aumentar seu custo de vida e seu salário para ter uma vida mais confortável no futuro. Aumente um pouco os gastos de cada categoria, não deixe de incluir a linha de Investimentos, e defina seu salário. Inclua isso no seu planeamento PJ – isso vai aumentar seus orçamentos e você vai começar a ganhar mais pelos seus trabalhos.